UEMASUL recebe fósseis da Universidade Regional do Cariri (URCA)
Os fósseis recebidos são extremamente raros e as amostras serão o ponto de partida para a criação da coleção didática de paleontologia da UEMASUL.
A Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão (UEMASUL) foi presenteada com diversos fósseis durante sua participação no PALEO Nordeste 2022, realizado na cidade de Crato, de 08 a 10 de dezembro de 2022. A doação foi feita pelo professor responsável pelo laboratório de paleontologia da Universidade Regional do Cariri (URCA), após a participação do professor Jociel Ferreira e dos acadêmicos do curso de Ciências Biológicas no evento, com apresentação de trabalhos.
Segundo Jociel, os fósseis recebidos são extremamente raros e as amostras serão o ponto de partida para a criação da coleção didática de paleontologia da UEMASUL, que irá homenagear o professor Augusto Frazão, que muito contribuiu para os estudos de paleontologia da universidade.
Para o professor, a importância destes primeiros fósseis está na interação dos alunos com o objeto de estudo. “Vamos dar a oportunidade do aluno vivenciar, observar de fato como é um fóssil. Existe uma possibilidade de aproximação das pessoas, da comunidade, bem como alunos dos ensinos fundamental e médio. Poderemos proporcionar essa experiência de conhecer um fóssil de perto, tendo em vista que esse material a gente só encontra em museus, que muitas das vezes, são inacessíveis para a comunidade”, ressaltou.
O acadêmico Petronílio de Araújo, um dos participantes da reunião anual regional da Sociedade Brasileira de Paleontologia, concordou com o professor e reiterou a relevância de se ter o contato real com os fósseis. “Após o evento, nós tivemos contato com o mundo da Paleontologia de fato, porque muitas vezes a gente visualizava nos livros, nas apresentações. Mas lá nós pudemos ter o contato direto com o mundo da Paleontologia, com fósseis, com ferramentas, com museu e com os profissionais que atuam dentro dessa área diversa”.
Fósseis são restos ou vestígios de animais e vegetais preservados em rochas. Geralmente ficam preservadas as estruturas mais resistentes do animal ou da planta, as chamadas partes duras (dentes, ossos e conchas). As partes moles (como vísceras, pele e vasos sanguíneos) preservam-se com muito mais dificuldade. Pode ocorrer também o caso ainda mais raro de ficarem preservadas tanto as partes duras quanto as moles, como no caso de mamutes lanudos que foram encontrados intactos no gelo e de alguns insetos que fossilizam em âmbar.
No entanto, segundo o professor, que é pesquisador da área, é muito comum quando se fala em fóssil, as pessoas pensarem que são apenas resquícios de grandes animais, como os dinossauros. “Mas o processo de fossilização pode acontecer em diferentes organismos. E nas amostras que recebemos, a gente consegue ver isso”, ressaltou Jociel.
Considera-se fóssil o ser vivo que viveu há mais de 11 mil anos, ou seja, antes do Holoceno, que é a época geológica atual. Restos ou evidências antigas, mas com menos de 11 mil anos, como os sambaquis, são classificados como subfósseis. A Paleontologia, que é o estudo dos fósseis, divide-se em: Paleozoologia (estudo dos fósseis animais), Paleobotânica (estudo dos fósseis vegetais) e Paleoicnologia (estudo dos icnofósseis, estruturas resultantes das atividades dos seres vivos, como pegadas, sulcos, perfurações ou escavações).