Projeto de extensão conscientiza sobre prevenção do câncer de colo uterino
O exame citopatológico é o método de rastreamento do câncer do colo do útero, indicado para a população de 25 a 64 anos.
O Sistema Único de Saúde (SUS) monitora e avalia em todo o país, as ações, avanços e dificuldades relacionadas ao controle do câncer do colo do útero. No Brasil, o câncer do colo do útero é o terceiro tipo de câncer mais incidente entre mulheres. O exame preventivo de câncer de colo uterino, chamado de colpocitologia oncótica, conhecido como Papanicolau, é o método de rastreamento indicado para a população de 25 a 64 anos.
O câncer do colo uterino é o segundo mais incidente nas regiões Norte (20,48/100 mil) e Nordeste (17,59/100 mil) e o terceiro na Centro-Oeste (16,66/100 mil). Já na região Sul (14,55/100 mil) ocupa a quarta posição e, na região Sudeste (12,93/100 mil), a quinta posição (INCA 2022), de acordo com dados do Relatório anual de 2023, divulgado pelo Controle do Câncer do Colo do Útero, do INCA/Ministério da Saúde, coletados pelo Sistema de Informação Ambulatorial (SIA), Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), Sistema de Informação do Câncer (SISCAN) e de inquéritos nacionais como o Vigitel Brasil e a Pesquisa Nacional de Saúde. No Maranhão, de acordo com dados do Sistema de Informações de Câncer (SISCAN), foram registrados 702 casos de câncer de colo do útero em 2023. O Ministério da Saúde estima 17 mil casos de câncer de colo de útero até 2025 em todo o país.
O projeto de extensão “Educação em saúde sobre o preventivo de câncer do colo uterino na atenção primária de saúde em Imperatriz”, aprovado pelo Programa Institucional de Bolsa de Extensão (PIBEXT), foi desenvolvido pelo curso de Medicina do Centro de Ciências da Saúde (CCS), campus Imperatriz. Orientado pelo professor Rafael Gomes da Silva, o projeto teve a participação dos acadêmicos Amanda Cristine Silva Sousa (bolsista) e dos voluntários Dantas Sousa Braga e Marcos Vinicius Soares Silva.
Para a acadêmica Amanda Cristine Silva Sousa, participar do projeto de extensão foi fundamental para a vida acadêmica, profissional e pessoal. “Academicamente, me permitiu aplicar os conhecimentos teóricos na prática, aprimorando minhas habilidades e desenvolvendo uma visão mais ampla sobre a saúde da mulher. Profissionalmente, esse engajamento demonstrou meu compromisso com a saúde pública, me diferenciando no mercado, e me proporcionou networking com profissionais da área. Na vida pessoal, contribuiu para minha consciência sobre a importância da prevenção e me motivou a promover mudanças positivas na comunidade”.
Ao procurarem as unidades de saúde, as mulheres foram convidadas a responderem um questionário e a participarem de uma roda de conversa sobre a prevenção do câncer. As atividades foram realizadas nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) dos bairros: Vila Redenção II, Nova Imperatriz, Juçara, Vila Nova, Bom Sucesso, Vila Lobão, Parque Amazonas e Santa Rita.
O projeto teve os objetivos de conscientizar sobre a importância da realização do exame de Papanicolau na Atenção Básica entre a população feminina de 25 a 64 anos, diminuindo a incidência de casos diagnosticados e aumentando as chances de tratamento; realizar rodas de conversa; conhecendo as interferências que impedem a realização do exame preventivo dentro do público atendido e elaborar uma cartilha educativa esclarecendo mitos e verdades sobre o exame preventivo.
“Um projeto de extensão sobre educação em saúde relacionado ao câncer de colo uterino é uma iniciativa de grande relevância, que beneficia tanto os acadêmicos quanto a comunidade, contribuindo para a formação de profissionais mais conscientes e engajados, e para a promoção da saúde e bem-estar da população. O projeto ofereceu a oportunidade de aplicar os conhecimentos teóricos em um contexto prático, fortalecendo suas habilidades de pesquisa, comunicação e trabalho em equipe. Além disso, proporcionou uma experiência significativa de engajamento com a comunidade, contribuindo para o desenvolvimento de uma consciência social e ética”, afirmou o orientador do projeto, professor Rafael Gomes da Silva.
O câncer de colo uterino é uma das principais causas de morte entre as mulheres em muitos países, sendo necessárias mais informações sobre a prevenção. “Por meio de campanhas educativas e de sensibilização promovidas pelo projeto de extensão, a população pode receber informações essenciais sobre a importância do exame de prevenção, seus benefícios e como acessá-lo de forma fácil e gratuita, resultando em uma maior adesão ao exame, diagnósticos precoces e, consequentemente, redução da incidência e mortalidade”, concluiu o professor.
Além do exame de rastreio e tratamento das lesões, o SUS oferta também a vacinação contra o HPV, para meninas e meninos de 9 a 14 anos como medida de prevenção para a doença. O vírus é sexualmente transmissível e está associado ao desenvolvimento da quase totalidade dos cânceres de colo de útero. Para acelerar a erradicação da doença como problema de saúde pública, a Organização Mundial da Saúde (OMS) propõe metas a serem alcançadas até 2030: cobertura vacinal contra o HPV nas meninas em 90%; abrangência de 70% das mulheres submetidas a um teste de rastreamento aos 35 e aos 45 anos; e 90% das mulheres diagnosticadas com lesões precursoras e recebendo tratamento oportuno (INCA, 2022).
*Com informações do Ministério da Saúde e Instituto Nacional do Câncer (INCA).
Texto: Mari Marconccine
Fotos: Ascom/UEMASUL
Assessoria de Comunicação/UEMASUL
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