Professor descobre novas espécies de parasitas em peixes no rio Tocantins
Os parasitas “Calyptospora gonzaguensis” e “Ceratomyxa fonsecai” foram descobertos em peixes residentes do rio Tocantins pelo professor do curso de Ciências Biológicas, Marcelo Francisco da Silva.
O professor do curso de Ciências Biológicas da UEMASUL, Marcelo Francisco da Silva, descobriu dois novos parasitas em pesquisa realizada para a tese de seu doutorado. Os parasitas “Calyptospora gonzaguensis” e “Ceratomyxa fonsecai” foram descobertos em peixes residentes do rio Tocantins. A pesquisa está em sua fase final e será apresentada sexta-feira (7) pelo professor na Universidade Federal do Pará (UFPA), em Belém.
Doutorando em “Biologia de agentes infecciosos e parasitários”, o professor desenvolve a pesquisa: “Diversidade de microparasitos em peixes de interesse ambiental e comercial no médio curso do rio Tocantins”, em três grupos de parasitas pouco conhecidos: Mixozoários, Microsporídios e Apicomplexas. Para o professor, é importante entender o ambiente de vivência dos animais aquáticos que são consumidos, o que resulta na qualidade desses alimentos.
“Nós vimos a necessidade de entender melhor a composição desses organismos que influenciam a vida dos peixes e também a qualidade do pescado que estamos consumindo. É importante entender o ambiente em que vivem os peixes, ambientalmente é importante, mas, alguns desses parasitas podem gerar o que a gente chama de comprometimento zoonótico para a saúde humana. Muitas vezes a pessoa pode consumir um pescado, ter um desconforto intestinal e passar mal, e atribuir a uma bactéria ou a alguma outra coisa que não a esses parasitas. O nosso objetivo primário foi o de entender quem são esses parasitas, e agora é de tentar entender a possível relação deles com a qualidade do pescado”, apontou o professor Marcelo Francisco.
As nomenclaturas: “Calyptospora gonzaguensis” e “Ceratomyxa fonsecai” dos parasitas são em homenagem aos professores Clésio Fonseca e Robson Gonzaga, fundadores do curso de Ciências Biológicas. O professor Marcelo Francisco destaca a importância do pioneirismo da pesquisa e de como ela pode ajudar na vivência do povo ribeirinho da região Tocantina.
“Academicamente, estamos falando de grupos de organismos que eram desconhecidos e estão agora sendo identificados. Na tese que vamos defender, estamos descrevendo seis novas espécies de parasitas e dessas seis, cinco são do rio Tocantins. Para a comunidade que sobrevive desse pescado, é importante ter um entendimento melhor dos fatores que podem depreciar a qualidade do pescado. Nós desconhecemos a possível ação que esses organismo parasitários podem ter sobre a qualidade do pescado. E isso tem que ser melhor estudado”, finalizou o professor.
Os artigos com as pesquisas sobre os parasitas estão disponíveis nos links: “Calyptospora gonzaguensis” e “Ceratomyxa fonsecai”.