Museu CPAHT da UEMASUL organiza a exposição étnica Tenetehara
A exposição étnica Tenetehara estará aberta para visitação no pátio da universidade durante todo o mês de abril, como forma de celebração aos povos indígenas.
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À esquerda vemos o maracá, instrumento musical. Abaixo dele um fuso com linha de algodão. À direita, os adornos corporais cocares e braceletes. Foto: Ascom/UEMASUL.
A exposição étnica Tenetehara, organizada pelo Centro de Pesquisa em Arqueologia e História Timbira (CPAHT) estará disponível para visitação no pátio da Universidade Estadual da região Tocantina do Maranhão (UEMASUL), a partir do dia 12 de abril, das 8h às 12h e das 14h às 18h. A exposição ficará até o final de abril, tendo como um dos objetivos, desmistificar a data civil alusiva ao “dia do índio”. A exposição irá apresentar a diversidade dos povos indígenas do Sul do Maranhão. Serão expostas fotografias, artefatos de uso cotidiano e simbólicos, como adornos da festa da Menina moça, festa dos Rapazes e festa do Mel. Essa é a primeira exposição do povo Guajajara- Tenetehara a ser realizada pela instituição.
A designação Tenetehara refere-se ao tronco linguístico Tupi, que subdividide-se em Guajajaras, localizados no Maranhão e Tembés, localizados no Pará. O nome Guajajara significa “donos do cocar” e Tenetehar, “somos os seres humanos verdadeiros”. As famílias Gujajara-Tenetehara vivem em cerca de 140 aldeias, localizadas na Terra Indígena Araribóia, no município de Amarante, situado a 113 km de Imperatriz.
A coleta do material foi realizada na aldeia Novo Funil, que fica a 36 km do município de Amarante. Lá, vivem 15 famílias. A chefe de divisão de Etnologia do CPAHT, Aline Guajajara faz parte da comunidade indígena e explicou como se deu a coleta. “Avisamos sobre a visita, explicamos para as lideranças e para a comunidade o objetivo da exposição e toda a aldeia se mobilizou para ajudar na coleta dos materiais. Mostrar esse acervo é importante por conta do conhecimento. Sabemos que a maioria da sociedade ainda vê os povos indígenas como no tempo da colonização. Mostrar um pouco da aldeia, dos nossos artefatos, um pouco do que usamos no nosso dia a dia é uma forma de desconstruirmos pensamentos equivocados que a sociedade ainda tem em relação aos povos indígenas, para conhecer, valorizar e respeitar os povos indígenas”, finalizou Aline.
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À esquerda vemos o pacará, que serve para armazenar alimentos. À direita, a saia feita de palha de buriti usada na festa do Mel. O banco de madeira é usado durante a festa dos Rapazes. Foto: Ascom/UEMASUL.
A responsável pelo CPAHT, arqueóloga Danielly Morais Rocha Marques informou que todo o acervo foi doado permanentemente para o museu, mas que a exposição será temporária. “No momento não temos espaço para abrigar essa nova exposição no museu, sendo que um dos objetivos da exposição é sensibilizar a comunidade para a necessidade de um espaço permanente sobre e para o povo Guajajara, que é considerado um dos povos mais numerosos do Brasil, se concentrando na margem oriental da Amazônia, todas situadas no Maranhão”, justificou Danielly.
O CPAHT é um espaço destinado à pesquisa e preservação da cultura material e imaterial da Região Sul Maranhense. Fruto de estudos e pesquisas, consolidados pelo Núcleo de Estudos Africanos e Indígenas (NEAI) da Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão, o museu tem o objetivo de incentivar e apoiar a produção e a difusão de conhecimentos nas áreas de Etnologia, Arqueologia, Educação Patrimonial e Cultura Popular.
O museu fica localizado ao lado do prédio da UEMASUL, e funciona de segunda a sexta-feira, das 8 às 12h e das 14h às 18 horas. As visitas guiadas em grupos podem ser agendadas pelo e-mail: cpah.timbira@uemasul.edu.br ou pela conta do museu no Instagram: @museu_cpaht.
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A arqueóloga Danielly Morais e a chefe de Divisão Aline Guajajara visitam a aldeia do Funil para a coleta de artefatos. Foto: arquivo museu CPAHT.
Texto: Mari Marconccine
Fotos: Ascom/UEMASUL e museu CPAHT.
Assessoria de Comunicação UEMASUL
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