Museu Afro-indígena – MAI
Sediado no campus UEMASUL de Imperatriz, o MAI é o primeiro museu do Maranhão dedicado a História Transnacional da África, Africanidades, História e Cultura Indígena em âmbito global/regional.
O MAI é fruto dos 15 anos de pesquisa da professora Maristane de Sousa Rosa Sauimbo que, ao longo de sua trajetória à frente do NEAI – Núcleo de Estudos Africanos e Indígenas vem dedicando seus estudos às tradições culturais de indígenas brasileiros e africanos.
Assim surge o MAI, com a missão de preservar testemunhos culturais dos mais variados grupos étnicos, com vocação de estimular a formação de conhecimento, promover ações de educação patrimonial para comunidade.
A PREPARAÇÃO DO MAI
EXPOSIÇÕES
Afro-Indigenismo em Artes – Caráter permanente
A arte grafite da exposição nos remete à decoração das rochas, grutas, cavernas da África, uma prática de milhares de anos. São famosas as pinturas rupestres no Tassili, na Algéria, ou a mais antiga do mundo, registrada na Namíbia, na África Austral, datada do décimo milênio. Seguramente a arte neolítica, personalizando cenas do cotidiano humano, ritos religiosos, inspirada em elementos de fauna e flora, é uma tradição ancestral inspiradora a ornamentação das tradicionais habitações haussá, por exemplo, dos padrões gráficos, das formas artísticas que compõem os tecidos africanos contemporâneos. Quando surge a arte grafite na América do Norte, precisamente em New York, na década de 1970, é provável que seja um legado africano transladado na diáspora bantu que, relido, ressignificado, metamorfoseado na arte urbana, é uma representação ritual significando a sintonia das forças espirituais de lá e cá.
Arte do grafite: EderMais (São Pedro da Água Branca), Miguel (Pindaré Mirim), 2022. (Criança indígena SURNA, Etiópia).
Eu Tu Nós Krikati – setembro a outubro de 2022.
A exposição EU TU NÓS KRIKATI se faz do Projeto PIBIC Casa D’ África: Exposição “Antenada” em Fotografia e Audiovisual. O título revela que a identidade da Amazônia Oriental é afiliada às tradições krikati. É do povo do buriti o saber legado: “onde há buritizal, há água . . . .”. As fotografias registram o ritual do Gavião, uma festa cerimonial que é uma mostra artística. São expostas imagens de pinturas corporais que vão além do meramente utilitário, são cerimoniais e portadoras de mensagens.
Penteados Indígenas Africanos – novembro de 2022 a fevereiro de 2023.
Mostra fotográfica dedicada à arte de trançar os cabelos no Continente Africano, do Saara, das florestas tropicais do Congo, das costas do Atlântico ao Índico. É uma mostra inspiradora da plasticidade dos cabelos que, agrupada à indumentária, pinturas corporais, tatuagens, se pode aprender sobre a história da África, sobre pluralidade cultural, sobre religiosidade, sobre o pertencimento dos indígenas africanos na história da humanidade.
Mumuila, Angola. Foto: John Kenny, 2006. (ref. da imagem da mumuila)
Jogo Mancala
O Mancala é um jogo pertencente à classe de jogos de tabuleiro que tem seu registro mais antigo no Egito, na época do Novo Império (1580-1085 a.C). Com diversos nomes ao redor do mundo, como Ouri, Ouril, Ori, Urim, Awari, Warri, Agi, Awèlé, entre outros, o jogo é disputado em um tabuleiro com duas fileiras, cada uma contendo seis “campos de semeadura” (buracos). As peças utilizadas são tradicionalmente sementes do arbusto Caesalpinia bonduc e Caesalpinia major, conhecidas como ourinzeira.Os tabuleiros mais antigos de Mancala foram encontrados em áreas próximas a estaleiros, onde eram utilizados para calcular os salários dos trabalhadores. Considerado um jogo que exige pensamento lógico, o Mancala demanda reflexão, cálculo e muita prática, destacando-se pela sua conexão com a matemática e estratégia.