Curso de Medicina realiza conferência sobre Saúde da População LGBTQIA+
O curso tem como componente curricular uma atividade chamada Eixo Integrador, em que docentes convidam profissionais de fora para dialogar com os estudantes sobre as temáticas discutidas durante a semana.
Na noite desta segunda-feira (19) foi realizada a Conferência Online “Saúde da População LGBTQIA+”, organizada pela primeira turma do curso de Medicina da Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão (UEMASUL), com transmissão no Google Meet. O palestrante foi o Dr. Bruno Branquinho, psiquiatra formado pela Universidade de São Paulo (USP), e colunista na Revista Carta Capital. Entre estudantes e professores, participaram cerca de 50 pessoas.
Para o organizador do evento, professor Lázaro Castro, a conferência proporcionou viabilidade ao tema saúde do público LGBTQIA+. “Falar da população LGTBQIA+ em cursos de saúde ainda é, infelizmente, incomum. A iniciativa pretende visibilizar esse público e qualificar a discussão sobre formas mais humanizadas de realizar as práticas em saúde nesse campo. Algumas dessas questões sobre orientação sexual, raça, gênero e religião vem sendo discutidas em tutorias e na disciplina de Humanidades Médicas”, destacou.
O curso tem como componente curricular uma atividade chamada Eixo Integrador, em que docentes convidam profissionais de fora da universidade para dialogar com os estudantes, a fim de consolidar as temáticas discutidas ao longo da semana. Essa é uma forma de ampliar os olhares e qualificar ainda mais a formação médica na instituição, aliando a teoria ensinada na sala de aula às atividades complementares.
A estudante e vice-presidente do Centro Acadêmico de Medicina da UEMASUL (CAMESUL), Rafaela Dias de Medeiros, ressaltou a importância de debater tal tema em atividades do curso. “Ter esse enfoque na saúde da população LGBTQIA+ para uma turma de Medicina é imprescindível, sobretudo no cenário atual do Brasil e o seu persistente preconceito que mata, como futuros seres formadores de opinião, atuantes em sistemas de saúde, no amparo a essa comunidade em sua integralidade, e levando em consideração que essa situação pode ser minorada através do debate, da inclusão e da normalização dessa causa”.
Para a acadêmica Lara Milena Santos Silva, é indispensável, também pautar a garantia de direitos da população LBGTQIA+. “Discutir a saúde integral do indivíduo, para além da visão biológica do processo saúde-doença, tem sido pauta e desafio recorrente na sociedade que estamos inseridos, ainda permeada por iniquidades e índices alarmantes de violência – explícita e simbólica – para com grupos historicamente vulneráveis. É nesse sentido que o diálogo propiciado pelo Dr. Bruno Branquinho apresenta-se tão indispensável para a construção de discentes e docentes, não apenas no prisma acadêmico/profissional, mas também na busca incessante pela garantia de direitos inalienáveis, igualdade, respeito e harmonia social nos mais diversos espaços humanos”.
A disciplina Eixo Integrador é divida em módulos e conta com a realização de palestras, conferências, mesas-redondas, encontros, seminários e simpósios, sendo ministrada até o 4º ano (8º período) do curso de Medicina.