UEMASUL 100 dias: desafios, avanços e perspectivas da mais nova universidade pública do Brasil
Histórias de luta, superação e êxito por uma universidade descentralizada e democrática.
Meados da década de 80, quando a Federação de Escolas de Superiores do Maranhão (FESMA) fazia a transição para se tornar Universidade Estadual do Maranhão, já iniciavam também os debates sobre a necessidade de autonomia na gestão dos centros da UEMA espalhados pelo interior do estado. Foi nesse contexto que surgiu o coletivo “Autonomia e Luta”, formado por professores, alunos e movimentos sociais em geral e que pautavam a necessidade também da descentralização e democratização do ensino superior em nosso estado.
Uma proposta de lei chegou a ser elaborada pelo então deputado estadual Sálvio Dino, que propunha a criação da Universidade de Imperatriz, mas que na época não foi aprovada. Foram necessários muitos anos de lutas, mobilizações e, literalmente, outra geração de políticos, para que o sonho se tornasse realidade. No dia 1 de novembro de 2016, após um acirrado debate na Assembleia Legislativa, liderada pelo deputado Marco Aurélio, o governador Flávio Dino assinava em Imperatriz, no Centro de Ensino Superior de Imperatriz (CESI/UEMA), a lei nº 10.525 que criou a Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão (UEMASUL).
Instituída nos antigos Centros de Ensino Superiores de Imperatriz e de Açailândia, a UEMASUL assumiu a missão de promover o desenvolvimento regional englobando 22 municípios, garantindo ensino público, gratuito e de qualidade, colaborando com a modernização da gestão pública e uma presença do estado do Maranhão mais significativa no continente. Nos últimos dias de 2016, o governador Flávio Dino anunciou a professora Dra. Elizabeth Nunes Fernandes como reitora pro tempore e no dia 1° de janeiro de 2017, a UEMASUL passou a existir.
Transição
Uma vez assinada, a lei de criação da UEMASUL instituiu também uma comissão de transição que ficou incumbida de planejar essa nova instituição de acordo com a realidade a região. “A comissão foi composta por representação dos professores, alunos, do Ministério Público, da UEMA e do Governo do Estado, onde discutimos exaustivamente as necessidades pedagógicas, políticas, administrativas e financeiras da instituição”, afirma Elizabeth Nunes Fernandes, eleita para compor a comissão e que logo em seguida foi nomeada reitora.
Em todo o processo de efetivação da UEMASUL, o governo do estado tem mobilizado muitos esforços para viabilizar a UEMASUL. “Em todas as secretarias a UEMASUL encontra as portas abertas”, afirmou o deputado Marco Aurélio, durante a aula inaugural no campus Imperatriz.
Infraestrutura
O campus Imperatriz representava o misto de atraso, esforço local e a urgente necessidade de intervenção. Apesar de contar com laboratórios com equipamentos de última geração, que foram adquiridos com recursos de projetos de pesquisa, as salas de aula colecionavam problemas estruturais e, com a instalação dos setores administrativos, ficaram ainda mais insuficientes.
Na primeira semana de 2017, o secretário de infraestrutura, Clayton Noleto visitou a UEMASUL e designou equipes da SINFRA para iniciar uma obra de reforma e readequação do campus. “Somamos esforços e definimos como emergencial a intervenção na infraestrutura do campus. Hoje já estamos com mais das metades das obras concluídas”, afirmou Expedito Barroso, vice-reitor da UEMASUL.
Acordos de cooperação
No dia 16 de Janeiro, em solenidade no Palácio do Comércio de Imperatriz, o governador Flávio Dino deu posse à reitora Elizabeth Nunes Fernandes, ao vice-reitor Expedito Barroso e as pró-reitoras Diana Barreto, Regina Célia e Alinne Silva. Na oportunidade foram assinados dois termos de cooperação da UEMASUL com a UEMA e com a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI) que estão sendo fundamentais para a consolidação da instituição.
O acordo com a UEMA está garantindo o bom andamento das aulas nesse período de transição. Desde a matrícula, passando pelo registro acadêmico até a colação de grau, tudo aconteceu em parcerias entres as universidades coirmãs. “Estamos tendo todo o apoio da UEMA, mas assumindo cada vez mais as nossas novas responsabilidades. Com essa parceria, fortalecemos ainda mais a educação do nosso estado. Um grande exemplo é o mestrado da UEMA que acontecerá em nosso campus”, afirmou a reitora.
A SECTI foi incumbida de integrar a UEMASUL nas políticas públicas para Ciência, Tecnologia e Inovação do estado, dando condições operacionais e fazendo investimentos estruturais. Neste sentido, o secretário Jhonatan Almada mediou outro acordo com a FAPEMA, que resultou no aumento de 37 bolsas de iniciação cientifica ano passado, para 80 bolsas para 2017 na UEMASUL e de mais 4 bolsas e pós-graduação do programa Ignácio Rangel.
Foram doados também cinco laboratórios básicos montados, 500 livros para as bibliotecas e notebooks paras os setores administrativos. Em contrapartida, a UEMASUL assumiu o papel central de articuladora na Região Tocantina da Rede Ciência Maranhão, iniciativa da SECTI que visa apoiar a criação de políticas públicas nos municípios do estado. “Iremos atuar nos 22 municípios de nossa abrangência, auxiliando iniciativas, entidades e instituições que queiram essa pauta. Vamos lançar bolsas territoriais, contemplando prioritariamente as cidades de menos IDH”, explicou Expedido Barroso.
Extensão
Além da perspectiva no aumento das bolsas e dos projetos de extensão, a UEMASUL chega aos seus 100 dias lançando o seu projeto de Cursinho Popular. O edital completo está disponível no site www.uemasul.edu.br e as inscrições seguem abertas até o dia 20 de abril e podem ser feitas no campus de Imperatriz.
Planejamento
Na avaliação da reitora Elizabeth Nunes Fernandes, os 100 primeiros dias são simbólicos e no caso da UEMASUL, muitos avanços foram conquistados. Mas a reitora reafirma que o caminho para a consolidação da instituição ainda é longo, e que os principais objetivos traçados para a UEMASUL, muitos ainda virão. “Estamos em pleno processo de elaboração do texto base de nosso Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) e do nosso Projeto Pedagógico Institucional (PPI), que de forma democrática, vão definir os rumos de nossa universidade.”, finalizou a reitora.