Dissertação do curso de mestrado conquista Prêmio Fapema 2023
A pesquisa premiada discorre sobre representatividade e identidade, baseando-se na obra “Omo-oba: histórias de princesas”, da escritora Kiusam de Oliveira.
A mestra Thaís Fernanda Medeiros Dias, do Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGLe), conquistou o Prêmio Fapema 2023, com a dissertação “Do desencanto ao encantamento: a literatura negra infantojuvenil que cura”. O trabalho, orientado pela professora doutora Edna Cruz, foi escolhido como a melhor dissertação na área de Linguística, letras e artes. É a primeira vez que a UEMASUL e o Mestrado em Letras, recebem uma das mais prestigiadas premiações científicas da região Norte-Nordeste.
A pesquisa premiada discorre sobre representatividade e identidade, baseando-se na obra “Omo-oba: histórias de princesas”, da escritora Kiusam de Oliveira, que faz parte da literatura afro- brasileira e explora aspectos culturais e ancestrais. Thaís Fernanda, autora do trabalho, explica que a pesquisa surgiu como um instrumento de luta contra o racismo. “Fizemos do trabalho um contributo para a educação antirracista no ambiente escolar, implementando uma produção técnica que traz sugestões que podem auxiliar na condução dos trabalhos com literatura afro-brasileira na escola”, ressalta.
A professora doutora Edna Cruz, orientadora de Thaís, acrescenta que é necessário que se trabalhe cada vez mais a educação antirracista dentro da sala de aula, e que esse é o objetivo central da pesquisa. “O estudo é importante por trabalhar, dentro da sala de aula, a representação da criança negra nesse universo da literatura infantojuvenil, que a gente sabe que é uma temática que é impregnada por situações de bullying, de racismo, de discriminação. Então, o grande foco desse trabalho é a questão de trabalhar, no sentido de implementar, uma educação antirracista. E Thaís escolheu uma obra na qual as crianças negras atuem em papéis de protagonistas, não de coadjuvantes. Respeitando todas as suas características e traços negroides, destaca a professora.
Sobre o prêmio, Thaís se diz surpresa e feliz. “Confesso que eu não esperava ganhar, porque sei o quanto a produção científica do Maranhão é gigante. Mas ao ver, o meu trabalho e de minha orientadora ser agraciado, pude ver que podemos ir mais longe”. Para ela, a parceria com a orientadora, professores do mestrado e demais colegas foi essencial para a construção e conclusão do trabalho. “Agradeço imensamente ao PPGle e a UEMASUL que me disseram “sim”, quando eu já havia desistido da pesquisa. Obrigada a todos, sem exceção, que fazem a família PPGle, vocês fazem muitas jornadas serem melhores. Ubuntu”, agradece Thaís.
Receber o prêmio da Fapema é um reconhecimento de que o trabalho do mestrado está no caminho certo. “Além da alegria, é aquele sentimento de que o nosso trabalho está sendo reconhecido. E quando eu falo nosso trabalho, não é só esse trabalho que foi premiado, mas o trabalho do PPGLe como um todo. Então, eu considero o prêmio como a vitória de um coletivo, de um reconhecimento mesmo, do trabalho que o PPGLe está fazendo nessa luta por uma educação de qualidade”, afirmou a professora Edna Cruz.
O Prêmio Fapema está em sua 18ª edição e este ano homenageia o bicentenário de Gonçalves Dias. A cerimônia de entrega do prêmio aos trabalhos vencedores acontecerá no dia 25 de janeiro, em São Luís.