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Acadêmicos e professores do curso de Geografia visitam voçorocas

A aula de campo foi realizada nos municípios de Bom Jesus das Selvas e Buriticupu


Ascom UEMASUL

 

Durante a visita, estudantes e professores recolheram material para análises em laboratório. Foto: Ascom/UEMASUL.

                                   

Acadêmicos e professores do curso de Geografia, da Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão (UEMASUL), realizaram aula de campo nas cidades de Bom Jesus das Selvas e Buriticupu, no último sábado (08). Na oportunidade, estiveram presentes o professor doutor Antônio José Teixeira Guerra, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e o professor doutor Marcelino Silva Farias Filho, da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

A diretora do curso de Geografia, professora Liriane Gonçalves Barbosa falou sobre a importância da aula de campo. “A aula de campo é fundamental para a formação docente, pois além de possuir conotação empírica, dá sentido ao conhecimento obtido em sala de aula, possibilitando ao estudante observar, apreender e analisar na prática os elementos da paisagem de forma relacionada, superando visões fragmentadas, aproximando-o do objeto de estudo e promovendo uma melhor concepção e compreensão acerca do espaço geográfico”.

Em uma parceria entre a UEMASUL, o Instituto Federal do Maranhão (IFMA) campus Buriticupu, o Corpo de bombeiros militar, a prefeitura de Buriticupu, UFRJ e UFMA, os pesquisadores, docentes e discentes do curso de Geografia visitaram as voçorocas que atingem os municípios de Bom Jesus das Selvas e Buriticupu. O termo voçoroca é originado do tupi-guarani e significa buraco grande.  Por isso, são chamadas voçorocas as grandes escavações do solo provocadas pelas águas das chuvas. É um tipo de erosão acentuado que acaba expondo o lençol freático, isto é, a água que corre debaixo do solo.

Segundo o professor doutor Marcelino Farias, são diversos fatores que contribuem para que o fenômeno de voçorocamento aconteça na cidade de Buriticupu. “São inúmeras variáveis, a primeira que a gente tem que considerar é a geomorfologia. O relevo da área é ondulado, é jovem e está evoluindo, então o processo de dissecação aconteceria independentemente da presença humana. No entanto, o ser humano acelera esse processo, o que torna difícil de conter. Outra variável é a chuva concentrada em um período do ano. Então quando se tem um volume alto de chuva sobre um relevo ondulado e sobre uma geologia frágil, surgem condições para que ocorra os processos erosivos”, explicou o professor.

Para os acadêmicos, a atividade proporcionou uma experiência enriquecedora. Pedro Henrique, acadêmico do 7º período do curso de Geografia contou que “referente aos dinâmicos processos e experiências vividas ao longo da aula de campo, concebo-a como tendo sido altamente enriquecedora para a minha formação enquanto futuro profissional licenciado em Geografia e cidadão, nas possíveis aplicações e contribuições que a mesma pode oferecer à sociedade e seus grupos sociais”.

Equipe do Corpo de bombeiros militar acompanhou a visita dos alunos e professores nas voçorocas, em Buriticupu. Foto: Ascom/UEMASUL.

Ao ser questionado sobre a recuperação da cidade de Buriticupu, o professor doutor Teixeira Guerra falou sobre as dificuldades de recuperação da área. “Eu não diria que é impossível recuperar a cidade, mas é muito difícil. Primeiro tem que ter muito recurso financeiro, precisa retirar algumas casas e as vezes até ruas. Você tem que recuar muito na cabeceira e nas laterais para que seja feito um retaludamento e fazer uma boa drenagem”, afirmou o professor.

A professora do IFMA, Elizângela Moura, relatou que o momento foi de grande importância para o desenvolvimento pessoal e profissional dos acadêmicos, além de proporcionar um maior conhecimento sobre a região. “É importante essa parceria porque na questões ambientes, a união de todo o conhecimento científico aliado ao local enriquece e desfaz as falácias que venham surgir. Vir estudar em loco então é importante para nossos alunos estarem aqui nas práticas de campo, conhecendo o município e as redondezas para entender o espaço e nele intervir e colaborar com as políticas públicas”.

A programação marca o encerramento das atividades letivas do curso de Geografia, semestre 2023.1, em especial das disciplinas de Climatologia e Geomorfologia, que aconteceram de forma interdisciplinar durante o período. 


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