Na próxima segunda-feira (27), às 9h, o Centro de Ciências Humanas, Sociais e Letras da UEMASUL, em parceria com a UFMA, irá promover o I Encontro Regional das pessoas com deficiência visual. O evento será realizado no auditório da UEMASUL, começando com uma apresentação cultural, desenvolvida pelo acadêmico de Pedagogia da UFMA, Veriano Carvalho Ramos Júnior.

Logo a seguir, será realizada a mesa-redonda: “A Importância da tecnologia assistiva no processo de ensino e aprendizagem da pessoa com deficiência visual”, que terá como mediadores, o acadêmico de História da UEMASUL, Rafael dos Santos Silva, e a acadêmica de Pedagogia da UFMA, Denise Silva Nunes.

Serão debatidos os temas: “Os materiais didáticos acessíveis: até onde vai a acessibilidade nos materiais didáticos utilizados com pessoas com deficiência visual”, com o acadêmico de Pedagogia da UFMA, Raimundo Oliveira Marques; “O uso das tecnologias assistivas no ensino de literatura para as pessoas com deficiência visual”, com o acadêmico de Letras Português e Literaturas de Língua Portuguesa da UEMASUL, Valdeci da Silva Cabral; “Educação inclusiva: perspectivas e reflexões jurídicas”, com o advogado Jadisson Gomes. Durante o evento será apresentado o audiolivro “A moça de pele marrom e outros contos”, lançado pelo escritor Humberto Barcelos.

O acadêmico Rafael dos Santos Silva, falou sobre a importância do encontro.  “É preciso conscientizar as pessoas com deficiência visual sobre um direito delas, que é o acesso às tecnologias assistivas. Conscientizar ainda os professores e comunidade em geral , porque, infelizmente, é algo pouco falado e explorado pela sociedade. As pessoas ainda desconhecem o uso e a importância da tecnologia assistiva, como por exemplo o computador com leitor de tela. O evento irá trabalhar especialmente o uso das tecnologias assistivas no contexto educacional”, explicou. 

Para o acadêmico de Pedagogia da UFMA, Raimundo Oliveira Marques, o evento se propõe a discutir um novo olhar sobre as pessoas com deficiência visual. ” A discussão é importante principalmente nos espaços das universidades, que são espaços de formadores de opinião e também de formação de professores. Espera-se uma mudança significativa, principalmente no olhar, que é esse olhar que está faltando, a percepção do outro não pela sua deficiência, mas as possibilidades que ele pode devolver tornando-se uma pessoa participante nesse processo de inclusão e na construção da sociedade, que é o papel de cada um. Que os futuros  professores que serão formados possam chegar em suas salas de aula com outro olhar, com o olhar de uma postura realmente inclusiva”, pontuou o acadêmico.

Todos os recursos e serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de pessoas com deficiência são denominados de tecnologia assistiva.  A UEMASUL possui um Núcleo de Acessibilidade (NACE), com ledores, computadores adaptados para pessoas com deficiência visual e intérpretes de Libras. O Núcleo conta ainda com uma sala de estudos para apoio aos estudantes, além de dois computadores com sistemas operacionais específicos para a deficiência. No campus Imperatriz, a biblioteca e o laboratório de informática, possuem três computadores para atender a esses alunos.

A universidade oferta ainda ferramentas que auxiliam no acesso à conteúdos digitais. O site institucional conta com o VLibras, um conjunto de ferramentas computacionais, responsável por traduzir conteúdos digitais (texto, áudio e vídeo) para a Língua Brasileira de Sinais (Libras); alto contraste e a ferramenta Audima, que converte os textos para áudio. Além do site, as redes sociais Instagram e Facebook contam com a descrição de imagens e banners.

Para a professora e diretora do curso de História, Regina Celia Costa Lima, o evento irá discutir as possibilidades educacionais de inclusão. “Nas últimas décadas muito se tem falado sobre inclusão e acessibilidade, no entanto, não passam de narrativas e discussões e  pouco se tem falado sobre as questões metodológicas, as implicações relacionadas a essa inclusão e o que as instituições de ensino precisam fazer para que essa inclusão aconteça. O fato é que cada vez mais temos recebido esse público diversificado, uma vez que a universidade é um lugar onde todos têm o direito de estar. Esse encontro foi motivado pela necessidade pautada nesses últimos anos, em como  a universidade tem que trabalhar para incluir pessoas,  sendo voltado especificamente para as licenciaturas, que são cursos de graduação que formam professores”, concluiu.

Atualmente existem no Brasil, mais de 17 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência, cerca de 8,4% da população nacional, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE -2019). Destes,  67.6% não têm educação formal ou têm apenas o ensino fundamental incompleto. Em 2016, a Lei nº 12.711/2012, conhecida como Lei de Cotas, passou a incluir também as pessoas com deficiência. Para receber esse novo público, as instituições precisaram adequar seus espaços físicos, investindo em recursos para promover a acessibilidade, mobilidade, igualdade, autonomia e aprendizado em sala de aula.

Texto: Mari Marconccine
Fotos: Ascom/UEMASUL.
Assessoria de Comunicação UEMASUL

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