Disciplina de Libras assegura os direitos de inclusão e de cidadania dos surdos
A disciplina proporciona conhecimento sobre a língua, e grande parte dos acadêmicos procura se aperfeiçoar na língua de sinais, depois da graduação.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), o Brasil possui mais de 10 milhões de pessoas com alguma deficiência auditiva e 2,3 milhões de pessoas possuem surdez profunda.
A necessidade da inclusão dos surdos, principalmente no ambiente educacional, pautou o desenvolvimento de políticas de inclusão e, em 24 de abril de 2002, por meio da Lei nº 10.436, a Língua Brasileira de Sinais (Libras) foi reconhecida como língua oficial no país. A Lei se destina a assegurar o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoas com deficiências, visando a sua inclusão social e cidadania.
Cláudia Lúcia Alves, professora de Libras da UEMASUL, lembra a importância do Dia Nacional da Libras e ressalta a luta da comunidade surda por acessibilidade e inclusão. “Hoje comemoramos 19 anos que a Lei 10.436 foi sancionada, reconhecendo a Libras como a língua natural da comunidade surda do nosso país. Comemoramos sim, porque foi um processo de luta, de resistência e resiliência. Foi uma trajetória percorrida a muitos pés e uma vitória tecida a muitas mãos. Devemos lembrar que comemoramos hoje uma vitória que teve seu inicio lá atrás, quando brigamos por uma acessibilidade nos diversos meios e nas diversas instituições, quando reivindicamos intérpretes, por uma educação digna e acessível”.
Em cumprimento à Lei de Diretrizes e Bases da Educação, a UEMASUL oferta a disciplina de Libras em todos os cursos de licenciatura, proporcionando aos futuros professores o conhecimento da língua, contribuindo para que eles possam estabelecer uma interação eficiente com os alunos surdos, ampliando as possibilidades de comunicação em sala de aula.
No Maranhão, o Governo do Estado assegura a presença de intérprete de Língua Brasileira de Sinais em todas as exibições de eventos públicos culturais e sociais, por meio da Lei nº 11097/2019.
As acadêmicas Joyce Melo da Costa e Cristiane da Silva Diniz são estagiárias de Libras da UEMASUL e realizam a interpretação simultânea nos eventos realizados pela universidade. Cristiane faz o sétimo período do curso de História e fala sobre a importância da oferta da disciplina de Libras em todos os cursos de licenciatura da universidade. “Nós, enquanto professores, poderemos ter um aluno surdo. E para algumas pessoas, a surdez é algo desconhecido em sala de aula, o que é uma situação preocupante. Então a disciplina tem esse papel de instruir o professor sobre como atuar diante desse cenário, possibilitando ao aluno surdo as mesmas condições de aprendizagem dos demais, contribuindo para o seu desenvolvimento pessoal, intelectual e social”.
A interpretação em Libras continua sendo realizada durante os eventos online da instituição, reforçando ainda mais a importância da inclusão. “Principalmente durante a pandemia, a Libras ganhou grande notoriedade nos eventos online. É muito gratificante poder ajudar as pessoas a se comunicarem. Me sinto muito feliz em contribuir para uma sociedade mais acessível”, concluiu Cristiane.
Grande parte dos alunos após cursarem a disciplina de Libras procura se aperfeiçoar na língua de sinais, com cursos de qualificação ou especializações, fazendo a diferença dentro das salas de aula e na comunicação com os alunos surdos.
A educação inclusiva faz parte do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) da UEMASUL, favorecendo o alcance de direitos não só de pessoas com deficiências específicas, mas de pessoas que, em algum momento, apresentem estados que afetam o campo cognitivo e, consequentemente, a aprendizagem. Assegurar o direito à educação de qualidade a todos e todas é um compromisso da universidade.
Pra ampliar a acessibilidade e inclusão, o site da UEMASUL passou a oferecer, no final de 2019, a tecnologia assistiva, um conjunto de recursos que amplia as habilidades para pessoas com deficiência. Dentre eles, o VLibras, que é a ferramenta responsável por traduzir textos para a Língua Brasileira de Sinais, ajudando os surdos nas leituras diárias das notícias.
Texto: Mari Marconccine
Fotos: Ascom/UEMASUL.
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